segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Análise: Cássio e o PSDB aplicam a arte de iludir

Ocorreu o que era esperado. O PSDB rompeu, mas não rompeu com o PSB do governador Ricardo Coutinho, e o senador Cássio Cunha Lima é, mas não é candidato a governador.
Na reunião da Executiva estadual do PSDB, realizada na manhã desta segunda-feira, funcionou a conhecida habilidade política do senador Cássio Cunha Lima, adotando decisões aparentemente dúbias, mas que, em verdade, são praticamente definitivas. O discurso do PSDB atende a três pretensões: agrada aos aliados e cabos eleitorais, ganha tempo para a deflagração da campanha e, ao mesmo tempo, deixa alguns pepinos no colo do governador Ricardo Coutinho. Os aliados ficam com a certeza da candidatura de Cássio a governador. Não restou dúvida sobre esse ponto. Mas o PSDB decidiu ainda fazer uma suposta consulta às bases e aos eleitores. Com isso, adia a deflagração da campanha e os desgastes de uma decisão precoce.
Como houve apenas uma recomendação para os aliados do primeiro e segundo escalões deixarem cargos no governo, sobra para governador à decisão para exonerar àqueles que não tomem a iniciativa recomendada ou que estejam em outros escalões.
Na verdade, o senador Cássio Cunha Lima e o seu PSDB exercem, em plenitude, a arte de iludir. Ou tentar iludir. Em suma, repetindo, o senador Cássio Cunha Lima é candidato, mas não assume; e o PSDB recomenda que filiados deixem os cargos, mas tenta preservar o exército de cabos eleitorais aboletados em cargos menores.
A rigor, o PSDB não fez nada que já não era esperado: mais marketing do que decisão nova. De qualquer forma, porém, a reunião do PSDB cria um quadro político novo. O senador Cássio Cunha Lima agora é adversário do governador, do PMDB e do PT, entre outros. Vai começar a ser avaliado como tal. A campanha passará a ter outro tom. Se isso vai mudar alguma coisa, só o tempo dirá. 
Por Josival Pereira - Comentarista Político

Nenhum comentário :